segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Comemoração


De uns tempos pra cá tenho pensado quais motivos tenho pra festejar, além do fato de estar viva. Pergunto-me o que mudou e o que continua intacto, o que aprendi e ensinei, quais lugares e pessoas conheci, o que vale(u) a pena, o que tenho junto de mim, o que deixou saudade...
E falando em saudade, me deixo levar pela emoção; passei por cima do ‘estar vivo’ mas o ‘sentir falta’ não me deixa continuar.  É inevitável fechar os olhos e não me lembrar daquele alguém que me motivava a comemorar todas as (minhas) conquistas do mundo, pois, para ele, todo o universo estava em minhas mãos e nem o céu era o limite para quem espalhava sorrisos.
Precisávamos apenas querer e foi essa vontade toda que me ensinou a sonhar. Parece-me que aprendi direitinho, de tal maneira que quando mais precisei encontrei forças sei lá de onda para ir além, mesmo sem a companhia de quem me colocava no colo ou segurava firme a minha mão. Talvez o que me mantém de pé sejam mesmo os meus sonhos.
De tanto sonhar me convenci que devo ser “doutora do que quiser”, como bem ouvi teus silêncios me dizerem sempre que eu ousasse colocar os pés no chão, afinal, há céu e estrelas para todos nós.
Foi contemplando tais estrelas que contamos nossos dias e, pelo menos uma vez no ano, meus olhos ganhavam uma constelação, enquanto eu presenteava-o com o primeiro pedaço do bolo e fingindo surpresa você sorria.
Olhando para o ontem, vejo que fiz um pouco de quase tudo que pudesse acrescentar ao meu mundo e até perdi, mas ganhei uma estrela das mais brilhantes no céu, que me faz levantar todos os dias e sonhar bem mais, acreditar que eu posso chegar lá, também. É por isso que eu comemoro.

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