Hoje contemplei o céu durante
muito tempo, mas não como costumo fazer. Estava lindo, porem, esperava que
estivesse mais cheio de graça, parecia até ter algo não tão bom pra me dizer. Entre
as nuvens, encontrei um castelo e imaginei ser ali o meu lugar. Como uma
rainha, tão majestosa quanto um girassol, ordenei que meu reino ficasse mais belo, em vão. Voltei à realidade e
tentei me convencer de que tudo estava bem, sorri.
Mais tarde, quando não mais me lembrava
desse ocorrido, reflexões me fizeram sentir o tempo fechar dentro de mim e junto de
outros sons e vozes, ouvi a canção melancólica da chuva. E lá fora, o tempo me
imitava, ou o contrário ou talvez sejamos um só... O universo é bem maior e mais
forte que eu, mas dele faço parte. Não sei onde é o meu lugar, não sei o que sou, mas tenho certeza de que não é aqui e que não sou isso ou aquilo.
E se eu tiver de ser algo, quero
ser um girassol, pois sua única preocupação é seguir, com seus olhos/pétalas,
os caminhos percorridos pelo sol do nascente ao poente. Talvez por traz disso tenha uma bela e trágica
história de amor entre um deus e uma ninfa, como na mitologia grega. Mas torno
a pensar/dizer que nada sei porém, aos olhos do meu coração, é inevitável, em
todo seu esplendor, não se encantar pelos raios do sol.