Pouco sabia o que dizer, mas quem
teve caderno de caligrafia sabia escrever muito bem. Dos sete, fui a única a ter dois. Desenhava
letras e sonhos. Talvez ali fosse o outro caminho, aquele que, não sei ao certo,
ninguém trilhou.
Ele chegava sorrindo e dizia
baixinho “preenche pra mim?!”. Sempre pensei que não era muito boa nisso, mas nunca
ousei dizer “não”. Era quando ele me olhava nos olhos, ditava cada palavra e me
fazia acreditar em tudo que fosse bom.
Nunca fomos premiados, mas, aos
poucos, aproximei-me dos céus. Eu, menina que mal andava sozinha, ganhava asas
pra ir a qualquer lugar.