quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Soneto da separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Moraes)

sábado, 3 de setembro de 2011

O Segundo Sol



Quando o segundo sol chega
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa

Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza

De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão

Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação

Explicação, não tem explicação
Explicação, não
Não tem explicação
Explicação, não tem
Não tem explicação
Explicação, não tem
Explicação, não tem
Não tem

(Cássia Eller e Nando Reis)


O Segundo Amor


Um segundo amor chegará

Para organizar meus sentimentos

Destruindo todos os pensamentos

Ditos por muitas pessoas

Que era apenas mais uma paixão


Não posso dizer que estou surpresa

Pois você já havia me falado

Confesso que não acreditei

Mas agora pode ter certeza


Que irei procurar

Seja em qual vida for

Onde está guardado o caminho

Que mudará minha vida


O que eu mais quero é te contar

Que comecei a ver com outros olhos

Como sendo outras

As nossas vidas


E descobri [num jogo de palavras]

Que não há explicação

Para o que sinto por você

E o que me resta agora

É sentir, viver...

(Paloma Iraely)