domingo, 28 de setembro de 2014

Dói em mim não saber escolher o (v)ar

O que está errado?
Talvez o melhor seja não ter nada,
Mas por que tanto querer?
Eu já não suporto a dor da perda
E toda vez que sol se põe
Eu choro
O ultimo minuto, o mais sublime, também é doloroso
Então, que se pinte de azul amarelado os meus olhos
Para que minhas lágrimas tenham cor.
Entre a indecisão e a falta de equilíbrio
Minha escolha é sempre a menos corajosa
E se dói aqui, bate do outro lado
Eu só não quero ouvir dizer
Que o sol se foi em vão.
Agora sei o que está errado...
Mas o sol parte para que o espetáculo da vida continue
E para que continuamos acreditando,
Amanhã será um novo dia
E as chances se multiplicarão,
Escolhamos (vo)ar.

Assobio da noite

Enquanto pássaros cantam,
a lua minguante se esconde 
e a areia foge entre os dedos. 
A canção perdeu o ritmo, 
eu preferia parar... 
E de súbito
um relâmpago grita:
- acorda, acenda o que houver. Sorria!
O que lhe falta foi oferecido agora;
o encantado sentiu, cantou
e dividiu a soma das estrelas.
Os pássaros voltaram a cantar sentido...

sábado, 13 de setembro de 2014

A menina e o laço de fita

Maria ou Ana,
Talvez sol ou estrela
Ela sorri quando brilha 
As vezes chora a noite inteira
Com seu vestido rodado,
Na barriga tantas borboletas,
Colorida de fitas a cintura,
Rodopia ao vento qual roletas
De tanto querer fazer-se girassol
Fez prosa, desenho e poesia
Deu ao mundo a liberdade que tinha,
Quis ganhar o mundo cada dia
Sem chuva, mar ou água doce,
A começar pelo laço de fita,
Sem dó ofereceu-lhe asas;
Sem nó permitiu a sua ida...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Quando fala um girassol (em mim)


(Os Girassois de Van Gogh)

Se isso é o mais próximo que posso chegar do céu, que me leve. Eu me faço pétala, acompanho-o por todo o azul, jamais te deixarei só. Dedico-te meus sorrisos e o que eu não sei explicar... é teu!

Às vezes amarelo, bem mais que aparência, eu sei, mas no fundo é pura vontade de me igualar a ti; que me chamem por teu nome, que te reconheçam em mim.

Do nascente ao poente, confundo-me, mas não me esqueço de ti. Multiplico-me em onze, espero ser número da sorte, que nos traga múltiplos sorrisos, aqueles que me julgam atrair. Desejo-te...

Da janela aberta, depois da chuva, faz florescer. Um milagre a cada dia. Aos poucos desabrocho, permito-me ser.