Enquanto a chuva se
derrama sobre meu telhado e transborda pelas minhas sardas já fartas de sol,
uma música não muito antiga paira no ar relembrando os tempos de menina, sem
preocupações mas, cheia de sonhos.
Canção daquelas que
sempre me tocaram o coração, que agora precisa de valentia pra ir longe “mais
uma vez”, como ela me diz.
Liberdade sempre me
pareceu tão atraente, esperar pelo que quer que seja, deixar a vida nos
levar... Desses discursos bonitos fico apenas com a retórica, não que eu tenha
mentido, eu apenas não conhecia a minha verdade.
Sentir é diferente de
tudo que nossa mente ousa fantasiar. Ou falta de sorte. Ou querer demais. Claro,
há raras exceções.
Quando os sonhos
decidem virar realidade, deixam sua colorida abstração para se tornarem pagáveis.
Fogem do roteiro.
Mas bem sei que o premeditado perde
a graça no minuto seguinte... Então seja o que for, mas seja.
O bailarinar dos ventos
junto aquela canção trará chuva vez ou outra, e também um arco-íris quando for preciso acordar.