quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sonhos de um Romance Fictício III


[...] Os dias se passaram como um bando de aves voa pelos céus, quando se percebe já está longe o bastante e não voltam para trás. Num desses fins de semana, viajei. Na estrada, só conseguia pensar no belo rapaz. E na ensolarada tarde de sábado, ele me enviou um torpedo pela primeira vez, dizendo que esperava que eu tivesse feito uma boa viagem e que naquele momento também estava “atirando nas asas” e não parava de pensar em mim. Nesse fim de semana, não conseguia pensar em mais nada, ao não ser, voltar para casa e esperar a oportunidade de encontrá-lo novamente. E, para a minha surpresa/alegria, quando voltei, foi uma das primeiras pessoas que vi. Ainda cansada da viagem, consegui sorrir, pois aquela era a primeira vez que nos falávamos pessoalmente.

Na terça-feira seguinte, recebi uma mensagem inesperada, o jovem, que não morava na minha cidade, lá estava e queria me ver. Estava bem próximo a mim, de passagem e resfriado. Perguntou-me se eu queria tomar um suco ou pegar um resfriado. Brincou. Encontramo-nos na rua, conversamos muito, nos abraçamos demoradamente e mais nada, nem mesmo o suco. E por conta do meu jeito, das minhas palavras, disse-me que eu era uma “menina braba” (rsrs)...

Daí por diante, torpedos, ligações, encontros, olhares, redes sociais, abraços, música, lembranças da primeira vista e a vontade de ir mais além que não deixava de crescer...

Numa noite, nos encontramos em uma praça. Sentamos na grama com mais algumas pessoas, conversamos, rimos, cantamos (eu, não!). E entre distrações, algo aconteceu... Não foi como eu esperava. Na verdade, eu não esperava que aquilo acontecesse e por impulso, esgueirei-me. Mas aquele momento nunca foi esquecido, por mim e sei que por ele também não. Foi o mais longe que pudemos ir (ou não!) [...]

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Tempo (tormenta)



De que adianta fazer planos?

Se a vida é uma caixinha de surpresas.
Lembranças?
Se o passado não volta.
A chuva cai
Lágrimas também.

Arrependimento não cabe aqui
Mas será que cabe um arrepio entre sorrisos e lágrimas?
A poesia vem dos sentimentos mais profundos da alma
O que mais seria?
Simples lembranças ou nada
O nada é tão vazio...

Só quero ser forte
Forte o suficiente para ir além
Não o “além” que ouvi há alguns meses
Mas o que possa me deixar de pé.

Não podemos ir contra o tempo
Mas se pudesse lutaria
Com os mesmos braços
Que abertos
Esperam o novo dia.

Tento não criar expectativas
Espero apenas
Que a felicidade
Assim como os amigos
Esteja sempre ao meu lado.

(ISRAELY, Paloma)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Sonhos de um Romance Fictício II


Durante a semana, nos encontramos várias vezes pelo campus, Nos olhávamos, às vezes sorríamos, outras deixávamos escapar um ‘oi’, mas sempre distantes, discretos e tímidos. Deixando um ar de mistério e aquela vontade de ir mais além.

Dias depois, ao chegar em casa após o término das aulas, rotineiramente, liguei o computador e acessei minha conta numa rede social, na qual havia uma solicitação de amizade de alguém desconhecido. Não haviam fotos, apenas um recado que dizia: “Agora sei seu nome”, junto com o e-mail. Aquelas palavras não me diziam nada, tentei buscar mais informações e descobri apenas que éramos estudantes da mesma instituição. E isso fez lembrar-me do jovem que há dias havia conhecido, por isso adicionei-o, à espera de confirmar minhas suspeitas.

No dia seguinte, como de costume, ao chegar em casa, liguei o computador e minutos mais tarde, alguém que eu não conhecia iniciou uma conversa. Respondi com um pouco de desconfiança, mas depois de alguns instantes me dei conta de que era a quem eu imaginava.

No outro dia, conversamos a tarde inteira, trocamos telefone e ainda combinamos um encontro para melhor nos conhecer. À noite, fui ao local marcado, mas por conta do grande número de pessoas, não nos encontramos. Consegui vê-lo a distancia, mas, por brincadeira do acaso ou descuido meu não consegui me aproximar. Horas depois, mesmo não tendo uma memória muito boa, consegui lembrar o número do seu telefone, liguei. E com a voz mais doce que já ouvi, me disse que era uma pena, mas já havia voltado pra casa.

No dia seguinte, mais uma vez conversamos virtualmente e em relação ao que aconteceu na noite passada, me disse uma expressão que jamais esquecerei: “Os astros devem ter uma explicação para esse nosso desencontro quase encontrado” [...]

sábado, 3 de dezembro de 2011

Sonhos de um Romance Fictício


[...] Lembro, como se fosse ontem, a primeira vez que o vi, na biblioteca. Eu deixei para fazer a devolução do livro no último dia do prazo. Era quase meio dia de uma segunda-feira, estava faminta e muito apressada. Ele observador e gentil, percebeu a minha pressa e cedeu-me a sua vez para o atendimento.

Por alguns minutos eu, discretamente, o olhei da cabeça aos pés. Assim, pude perceber que carregava um livro de um cantor da MPB e que além de bom gosto para leitura e música, se vestia muito bem. Enquanto isso, do mesmo modo, ele me olhava, chegando a perceber que, nas mãos, eu carregava um livro relacionado à Biblioteconomia.

Fiz a devolução do livro, enquanto pensava na gentileza do rapaz e em como iria agir ao retirar-me daquela sala. Timidamente, olhei-o bem nos olhos, sorri, agradeci e sai. Ao fechar a porta, não me contive e olhei para trás, a fim de ver pela última vez aquele olhar enigmático com ar sorridente, enquanto ele, à espera do meu olhar expressivo. E sai, rindo feito uma boba, pelo silencioso corredor, torcendo por poder encontrá-lo novamente [...]

(ISRAELY, Paloma. Romance Fictício)

domingo, 13 de novembro de 2011

Pequeno Cidadão - O Sol e a Lua



Pequeno Cidadão é um projeto fruto da união dos músicos Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra, Antonio Pinto e Taciana Barros voltado para crianças. As músicas são inspiradas nas lembranças da infância e nos seus filhos que participam ativamente do projeto. Dentre elas, “O Sol e a Lua” que conta a história de um romance impossível e mesmo sendo para crianças, pode fazer muitos “adultos” viajarem e misturarem suas vidas nessa bela canção. Tem CD, DVD e ainda, o livro “A Fantástica Viagem do Pequeno Cidadão” de Januária Alves, inspirado nas suas letras.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ler, Viver e Amar


Divorciada pela segunda vez, a vida de Dora se resume a ficar na banheira acompanhada de uma garrafa de vinho e muitos livros – de Tolstoi a Mark Twain, de Flaubert a Jane Austen. Numa das idas à livraria para se reabastecer para o próximo “porre literário” ela conhece Fred, seu príncipe encantado: formado em Literatura, oferece a ela ideias inteligentes, romantismo e uma válvula de escape. Mas a convivência com a família do namorado traz à tona sentimentos novos e a desperta para importantes decisões. Dividida entre Fred e o arrependido ex-marido, bem como entre o ócio e a retomada da vida profissional, a personagem nos proporciona uma história divertida, sexy e inteligente. A heroína imperfeita Dora reflete a angústia da busca por realização e felicidade com que toda mulher irá se identificar.


(Literatura estrangeira - romance, escrito por Jennifer Kaufman, Karen Mack)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dia Especial?


Às vezes fico a pensar e me pergunto, quando seria um dia especial? Sei que essa pergunta é bem complexa, mas tento encontrar a resposta. Talvez esse dia não aconteça em 24 horas consecutivas, mas em vários momentos de nossas vidas, aqueles que por menores que sejam ficarão guardados na nossa mente.

Podem ser aqueles momentos em que pessoas nos fazem bem e não pedem nada em troca, que nos ajudam a solucionar algum problema ou apenas nos dão a mão, que nos olham com carinho e nos fazem esquecer o mundo, que nos acalmam e nos trazem forças pra encarar tudo.

Ao perceber isso, vejo que tenho a sorte de conhecer pessoas maravilhosas que me proporcionam esses dias especiais e tenho mais certeza de que o mundo ainda tem esperança, pois a vida só tem sentido com a existência de pessoas de alma radiante.

Texto inspirado na música Dia Especial de Duca Leindecker e Humberto Gessinger

(Clique no nome da música para escutá- la)



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um encontro quase desencontrado



Maria, uma jornalista doce e indecisa, estava casada com Antônio, um professor, há alguns meses. A jornalista nutria dentro de si um sentimento por João, que era escritor, com quem um relacionamento no passado não havia dado certo por serem muito diferentes; ela indecisa e ele decidido demais. Entre idas e vindas, o rapaz acabou partindo pensando não estar sendo correspondido. Ela, mesmo tendo sua parcela de culpa, sentiu-se de mãos atadas, não poderia impedi-lo de fazer suas escolhas.

Sem notícias de João, Maria finalmente decidiu mudar o rumo de sua vida, fez algumas escolhas e foi aí que aceitou casar-se com Antônio que há muito insistia nessa relação. Demonstravam ser um casal perfeito, frequentavam os mesmo lugares, tinham os mesmos amigos, gostos parecidos e quase nunca brigavam.

Certo dia, a jornalista meio que sem querer ouviu alguns colegas comentarem que João estaria na cidade em breve. Sabendo disso, ela ficou confusa, desnorteada, pois tinha medo do que poderia vir a acontecer. Talvez pudesse continuar aquela história ou colocar um ponto final e, ao mesmo tempo, não queria decepcionar-se nem magoá-lo, muito menos a seu esposo.

E por brincadeira do acaso, Maria e João se reencontraram na fila do banco e parecia até que estavam refazendo a cena da primeira vez que se viram. No mesmo lugar, as mesmas roupas, mesmos pensamentos, mesmas atitudes. Olhos nos olhos, sorriso no canto da boca, vontade de saber bem mais do que se via. Porém se cumprimentaram formalmente e seguiram sus atividades. Enquanto isso,os dois pensavam, simultaneamente, que poderiam estar deixando escapar a única oportunidade de suas vidas de resolver o inacabado. E, de repente, se olharam e sem pensar em nada, foram felizes num beijo de alguns instantes, interrompido apenas pela voz raivosa de um homem traído.

__ Como você pode ser capaz?" - disse Antônio.
Nem mais uma palavra foi proferida enquanto corações despedaçavam. Um amor que superou a barreira do tempo estraçalhando mais que um par de corações.
O tempo mais uma vez distanciou mas, dessa vez, os três. Cada um seguiu seu caminho e, a seu modo, tentando reencontrar uma razão para o sentir.
Noutro dia, noutra ironia do destino, numa fila do mesmo banco, Maria esbarrou num sorriso bonito mas, por receios que a vida lhe fez ter, saiu dali o mais rápido possível.
Passando na calçada do banco, João. Na linha que segue o tempo, o desejo de ficarem juntos. No livro da vida, o amor.



Escrito por Paloma Israely e Karol Vieira
Apoio criativo e psicológico de Cícero Rogério
e Thalyta Alencar

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Soneto da separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Moraes)

sábado, 3 de setembro de 2011

O Segundo Sol



Quando o segundo sol chega
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa

Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza

De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão

Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação

Explicação, não tem explicação
Explicação, não
Não tem explicação
Explicação, não tem
Não tem explicação
Explicação, não tem
Explicação, não tem
Não tem

(Cássia Eller e Nando Reis)


O Segundo Amor


Um segundo amor chegará

Para organizar meus sentimentos

Destruindo todos os pensamentos

Ditos por muitas pessoas

Que era apenas mais uma paixão


Não posso dizer que estou surpresa

Pois você já havia me falado

Confesso que não acreditei

Mas agora pode ter certeza


Que irei procurar

Seja em qual vida for

Onde está guardado o caminho

Que mudará minha vida


O que eu mais quero é te contar

Que comecei a ver com outros olhos

Como sendo outras

As nossas vidas


E descobri [num jogo de palavras]

Que não há explicação

Para o que sinto por você

E o que me resta agora

É sentir, viver...

(Paloma Iraely)