sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dia Especial?


Às vezes fico a pensar e me pergunto, quando seria um dia especial? Sei que essa pergunta é bem complexa, mas tento encontrar a resposta. Talvez esse dia não aconteça em 24 horas consecutivas, mas em vários momentos de nossas vidas, aqueles que por menores que sejam ficarão guardados na nossa mente.

Podem ser aqueles momentos em que pessoas nos fazem bem e não pedem nada em troca, que nos ajudam a solucionar algum problema ou apenas nos dão a mão, que nos olham com carinho e nos fazem esquecer o mundo, que nos acalmam e nos trazem forças pra encarar tudo.

Ao perceber isso, vejo que tenho a sorte de conhecer pessoas maravilhosas que me proporcionam esses dias especiais e tenho mais certeza de que o mundo ainda tem esperança, pois a vida só tem sentido com a existência de pessoas de alma radiante.

Texto inspirado na música Dia Especial de Duca Leindecker e Humberto Gessinger

(Clique no nome da música para escutá- la)



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um encontro quase desencontrado



Maria, uma jornalista doce e indecisa, estava casada com Antônio, um professor, há alguns meses. A jornalista nutria dentro de si um sentimento por João, que era escritor, com quem um relacionamento no passado não havia dado certo por serem muito diferentes; ela indecisa e ele decidido demais. Entre idas e vindas, o rapaz acabou partindo pensando não estar sendo correspondido. Ela, mesmo tendo sua parcela de culpa, sentiu-se de mãos atadas, não poderia impedi-lo de fazer suas escolhas.

Sem notícias de João, Maria finalmente decidiu mudar o rumo de sua vida, fez algumas escolhas e foi aí que aceitou casar-se com Antônio que há muito insistia nessa relação. Demonstravam ser um casal perfeito, frequentavam os mesmo lugares, tinham os mesmos amigos, gostos parecidos e quase nunca brigavam.

Certo dia, a jornalista meio que sem querer ouviu alguns colegas comentarem que João estaria na cidade em breve. Sabendo disso, ela ficou confusa, desnorteada, pois tinha medo do que poderia vir a acontecer. Talvez pudesse continuar aquela história ou colocar um ponto final e, ao mesmo tempo, não queria decepcionar-se nem magoá-lo, muito menos a seu esposo.

E por brincadeira do acaso, Maria e João se reencontraram na fila do banco e parecia até que estavam refazendo a cena da primeira vez que se viram. No mesmo lugar, as mesmas roupas, mesmos pensamentos, mesmas atitudes. Olhos nos olhos, sorriso no canto da boca, vontade de saber bem mais do que se via. Porém se cumprimentaram formalmente e seguiram sus atividades. Enquanto isso,os dois pensavam, simultaneamente, que poderiam estar deixando escapar a única oportunidade de suas vidas de resolver o inacabado. E, de repente, se olharam e sem pensar em nada, foram felizes num beijo de alguns instantes, interrompido apenas pela voz raivosa de um homem traído.

__ Como você pode ser capaz?" - disse Antônio.
Nem mais uma palavra foi proferida enquanto corações despedaçavam. Um amor que superou a barreira do tempo estraçalhando mais que um par de corações.
O tempo mais uma vez distanciou mas, dessa vez, os três. Cada um seguiu seu caminho e, a seu modo, tentando reencontrar uma razão para o sentir.
Noutro dia, noutra ironia do destino, numa fila do mesmo banco, Maria esbarrou num sorriso bonito mas, por receios que a vida lhe fez ter, saiu dali o mais rápido possível.
Passando na calçada do banco, João. Na linha que segue o tempo, o desejo de ficarem juntos. No livro da vida, o amor.



Escrito por Paloma Israely e Karol Vieira
Apoio criativo e psicológico de Cícero Rogério
e Thalyta Alencar