À
noite resolvi relembrar os velhos tempos, os não raros momentos em que a leveza
e a simplicidade eram o bastante pro meu coração vibrar. Um tempo em que o céu
e uma companhia faziam valer um dia de idas e vindas, eram poucas as saudades.
Mas
não me restaram muito dessa época, além de lembranças/saudade, havia apenas um
céu enluarado e cheio de estrelas. E o que agora eu digo ser ironia, na
ausência de palavra melhor, o destino mostrou num silêncio a beleza de tudo
aquilo: saudade nem sempre é ruim.
Um
misto de alegria e dor transformou-se em saudade. Aquilo não fazia sentido, mas
eu sentia com todas as minhas forças. E entre a alegria da companhia e a dor da
ausência, eu chorava e sorria pelos bons momentos vividos sob a luz da lua.
Ah,
lua! Tão bela luz desenhada a dedo naquele céu estrelado... me provou que um abraço
pode ser sentido quando os olhos encontram e se encantam com a estrela mais
brilhante de uma noite qualquer. Aquela sensação incrivelmente bonita foi
tamanha que meu corpo transbordava de emoção, não se conteve com sorrisos e
lágrimas, arrepiou-se do inicio ao fim.
Percebi
que eu sentia saudade porque alguém me ensinou o lado bom/bonito da vida, que o
que há de mais valioso está nas coisas simples, que nosso presente de cada dia
é poder levantar a cabeça e contemplar o azul ou o estrelado, cantarolar ao som
de um pássaro ou uma cigarra, acompanhar o apagar e acender das nuvens, até
mesmo observar um gato a passear no telhado. Observando aprendi...
Aprendi
nessa noite, com aquele céu estrelado que os “velhos tempos” me ensinaram sobre
um sólido sentimento. Saudade dói quando
se pensa na ausência, que o que tínhamos nas mãos já não nos pertence, mas se
torna leve quando traz a tona as cores e o cheiro do amor.
Os
velhos tempos me ensinaram... Apesar do pesares, foi uma boa noite!