terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Guerra fria

Meu coração pulsa contra o aperto gelado de meu corpo tisico
No desejo de silenciar gritos que ninguém ouvirá
Dilui-se diante de minhas próprias armas
Inocentemente ardilosas
Na fome do que não se vale a pena esperar os minutos de cozimento
Na sede da água não pura, límpida, mas não rara
Na febre mais quente que o sol do céu ao mar não consegue suportar
Na longa madrugada que traz todos os sentidos de um son(h)o mal dormido
No meu desejo de vitória infeliz
Querer único de vida ou morte
Agora ou nunca
Findar
Infinitamente
Até ser conjugado o verbo
Ou lançada a última bala 

Leia-se como quiser.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Como escrever as horas

(de repente) a viagem no tempo é desnecessária,
Cada minuto vivido tem algo significativo
Pra nos ensinar
Ou simplesmente para que cada um de nós sintamos
Os sentimentos e quereres multiplicados ao sabor do vento
E se for pra consertar algo
Que façamos sozinhos
E por nós mesmos.
Certos efeitos não valem um mar inteiro;
Viver uma coisa de cada vez;
Parar, observar, sentir
Viver a vida como se fosse a nossa ultima/única chance
E um momento de cada vez,
Sem correria ou trapaças
Mesmo sabendo que dizer um sim
Pode ser a recusa pra milhares de outros ventos.
Mas como saber?
Tentando,
Vivendo,
Sendo...
E se ficou subentendido eu já não sei
Como também não sei se subentendido é o suficiente,
Por isso peço uma folha em branco
E te ofereço meu suor cronometrado em poesia.

sábado, 13 de dezembro de 2014

16:09h (ou como escrever as horas)

Uma ânsia insaciável aqui dentro
Perambula do umbigo
À boca quase fechada .
Não clama
Não dorme
Não cessa
Uma quase dor(mencia),
Um vai e vem distraído
Pelo efeito badalado
De teu relógio de mão,
Que sem forças para suportar as paredes
Fez-se a menor das joias,
Uma moeda em seu tato
E aos cuidados de teus dedos
Fez-nos aproximar,
Tiquetaqueando do cheiro ao ar
Minhas coloridas borboletas seguem,
Do lado de dentro,
Aos ponteiros de onde tu estás .
Que não demore nosso entardecer;
Que minhas asas voem longe;
Que, depressa, essa agonia se torne pó.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Cata-vento

Das minhas mãos vejo brotar a flor do desejo
A vontade de desenhar o amor
Com as mais belas cores
A lápis de cor
E deixa-lo ser
Escapar entre os dedos
E forte
Não ir

De um lado para o outro
Construímos moinhos
Eis nosso equilíbrio
Diante do lema
Confiar e manter-se alerta
Ser e seguir
À direção do vento
Somos mós
E leveza.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Há Brisa (ou não deixe a peteca cair)

Se me parece escondido,
Perdido ou quase sem cor
Eu digo:
Não me falta gratidão,
Mas, deixo claro,
Não me contento com pouco.
Sempre me ensinaram
Que o céu é o limite
E se tudo me leva ao mar
Tenho barco, espero o vento
Ele sempre sabe o que soprar.

É essa fé no vento
Que levanta qualquer poeira;
Esse amor trazido a brisa
Que finda num sorriso
As quatro da manhã,
Num abraço que me faltava
E o assobio que eu bem queria ouvir.

Há lágrimas,
Há saudade,
Há ventania,
Há sorriso,
Há brisa,
Há nós.

Bem que me disseram outrora,
Só mesmo o amor pra nos salvar.