Portas abrem e fecham sem parar. Pessoas
veem e vão. Lágrimas brotam de alguns olhos. Alguém fala, outro cala, mas lá não
consigo ficar. Alguns recorrem a Deus, outros dizem FORÇA, todos querem saber e
de alguma forma ajudar. Mas muito pouco pode ser feito, só nos resta acreditar e
nesse lugar não mais voltar.
Depois de calafrios e falta de
ar, quero apenas ficar na janela sozinha ou um abraço apertado e silencioso. O céu mais
azul acompanhado das nuvens brancas parece mais próximo de mim como quem quer
fazer companhia e/ou dizer algo. Lá não vejo sinal de chuva, mas, ao mesmo
tempo, ela insiste em cair das nuvens mais doces, que agora não mais têm gosto
de açúcar tampouco de sal.
Hoje quero apenas continuar vendo
as borboletas, mas o rumo que suas asas tomam independe da minha vontade.
Enquanto as nuvens se abraçam, as borboletas voam para bem longe. Mas sei que,
quando eu quiser vê-las, só preciso fechar os olhos e senti-las, assim como
quem vê o sorriso de um velho camponês.