domingo, 1 de julho de 2012

Alis volat propriis



Ela possuía asas, mas ainda não sabia voar.
Olhava o céu e pensava: Ah, se eu pudesse...
Tentava e, sem nenhum sucesso, chorava.
Onde se escondia a leveza de seu coração?

Percebeu o motivo de não tirar os pés do chão,
Um sentir que não se pode ver,
Um peso a mais carregado pelas costas,
Seu coração estava preso ao medo.

Conhecia anjos, borboletas, até bolhas de sabão.
Sabia proteger com um abraço,
Sentia o vento soprar a seu favor,
E via a energia de todas as tuas cores.

Vivia das vibrações emanadas pelo sol e pela lua.
Talvez não fosse a leveza que a tiraria do chão,
Mas a força que nem ela mesma sabia ter.

Apenas silencio, palavras, sorrisos
Foram o bastante para a janela ser aberta
Para num arrepio sentir o que é tocar as nuvens.

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