sábado, 23 de junho de 2012

Helianthus annuus



Hoje contemplei o céu durante muito tempo, mas não como costumo fazer. Estava lindo, porem, esperava que estivesse mais cheio de graça, parecia até ter algo não tão bom pra me dizer. Entre as nuvens, encontrei um castelo e imaginei ser ali o meu lugar. Como uma rainha, tão majestosa quanto um girassol, ordenei que meu reino ficasse mais belo, em vão. Voltei à realidade e tentei me convencer de que tudo estava bem, sorri.

Mais tarde, quando não mais me lembrava desse ocorrido, reflexões me fizeram sentir o tempo fechar dentro de mim e junto de outros sons e vozes, ouvi a canção melancólica da chuva. E lá fora, o tempo me imitava, ou o contrário ou talvez sejamos um só... O universo é bem maior e mais forte que eu, mas dele faço parte. Não sei onde é o meu lugar, não sei o que sou, mas tenho certeza de que não é aqui e que não sou isso ou aquilo.

E se eu tiver de ser algo, quero ser um girassol, pois sua única preocupação é seguir, com seus olhos/pétalas, os caminhos percorridos pelo sol do nascente ao poente.  Talvez por traz disso tenha uma bela e trágica história de amor entre um deus e uma ninfa, como na mitologia grega. Mas torno a pensar/dizer que nada sei porém, aos olhos do meu coração, é inevitável, em todo seu esplendor, não se encantar pelos raios do sol.

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