segunda-feira, 28 de maio de 2012

Menina

                                                                                 
Ela não só pensa
Ela sente
Ela é

Menina que admira o sol
Menina que ama o calor de um abraço
Menina que queria ser girassol
Menina que gosta de laço

Ela não só pensa
Ela sente
Ela é

Menina de poucas palavras
Menina que sonha ser inspiração
Menina que não contém suas lágrimas
Menina que sente o coração

Ela não só pensa
Ela sente
Ela é

sábado, 26 de maio de 2012

Um coração por uma janela



Numa noite qualquer, cansada da rotina dos seus dias, sozinha em sua casa e na escuridão de um corte de energia, Maria percebeu que uma só vela não seria o suficiente para iluminar seu interior. Resolveu ir a varanda olhar o céu, a lua e suas estrelas brilhantes numa tentativa de fugir do escuro. Mas portas fechadas a impediram de contemplar os tais astros.

Triste, foi até a cozinha tomar um copo d’água na esperança de aliviar aquela dor. Lembrou-se de um ditado que sua mãe costumava repetir: “Deus fecha uma porta, mas abre uma janela”. Religiosa ou não, Maria sempre carregou aquela frase consigo e como se ouvisse a doce voz da sua mãe, abriu a janela de sua casa.

Havia um limoeiro carregado de frutos no quintal, bem próximo à janela e por conta dos seus galhos, não conseguiu enxergar a lua. Lembrou-se de quando criança: subia em árvores, pulava janelas, era feliz. E, quando menos percebeu, lá estava ela, sentada na janela, balançando as perninhas, sentindo o coração bater sem ao menos tocá-lo e com olhos radiantes como o brilho das estrelas.

Por alguns instantes aquele sentimento nostálgico invadiu seu ser. Imagens da infância, os carinhos dos amigos que estavam sempre ao seu lado, família, lugares e momentos inesquecíveis passaram como filme na sua mente. Sentiu orgulho e alívio por ser o que/quem era. Agradeceu. Fechou os olhos, respirou fundo e assim como a escuridão do seu ser foi embora, a luz voltou. Maria estava pronta para mais uma vez mostrar o seu sorriso e se pudesse, daria sim o coração por uma janela.

SÁ, Paloma Israely Barbosa de.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Boni facit caelum videre



Certo dia, ela fez perguntas ao acaso, mas não obteve respostas de imediato. Não que tivesse dúvidas a respeito de seus sentimentos, mas talvez por medo do que o tempo poderia causar não conseguiu assumir, queria (com) provar dessa certeza. Chorou. 

À noite, cansada da rotina dos dias que não nos deixa esperar, procurou distração na varanda de sua casa. Pegou-se olhando o céu e desenhando nas estrelas tentou encontrar suas respostas. Em vão.

No dia seguinte, só queria ter asas. Esqueceu. E numa breve viagem, na janela de um ônibus qualquer, percebeu que poderia voar. Contemplou o céu, lindo, como há muito tempo não via. Azul, enfeitado por nuvens brancas e raios brilhantes de sol [...] Lá encontrou um coração. Era a resposta às suas perguntas. Arrepiou-se. Sorriu.

Olhar o céu faz bem!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Felicidade


Passamos a vida inteira procurando algo que, muitas vezes, nem sabemos o que é. Acabamos tomando como nossos os sonhos dos outros e nessa gana de vencer, queremos sempre mais e mais. E deixamos passar despercebidas coisas pequenas, mas de grande importância que poderia nos trazer as maiores alegrias.

Quando penso felicidade, a melhor sensação que me recordo foi ter tido a oportunidade de, pela primeira vez, contemplar o por do sol. Aquilo me fez arrepiar dos pés à cabeça. Olhos brilhando, coração acelerado... Espera aí, isso não são sintomas de paixão? Sim, sim! Como não se apaixonar pela poesia dessa estrela?! Com todos os seus raios luminosos e suas cores vibrantes, o sol aquece nossos corações e produz arte até na despedida.

É fácil perceber o quanto sou fascinada pelo sol, mas aí alguém me pergunta: qual o sentido disso tudo? E eu fico sem resposta. Sinceramente, não sei. Há acontecimentos que não necessariamente precisam ter sentido e, sim, ser sentido. O por do sol é algo simples que acontece todos os dias e que, assim como tantas outras coisas, não temos o costume de observar/valorizar e o mais importante, sentir.

É preciso olhar ao redor com olhos desacostumados, enxergar beleza na simplicidade e ser feliz por nada, pois como diria Marcelo Jeneci, “felicidade é só questão de ser”.

PIB


terça-feira, 1 de maio de 2012

Só o que é

O sentir se expressa cada vez mais em mim.
Olhar pra traz é inevitável.
Lembranças de um passado não muito distante
Momentos que valem a pena serem lembrados (ou não)
Veem à tona

Percebo ter feito as melhores escolhas
Arrependimentos não cabem aqui
As lágrimas derramadas foram sinceras.

Hoje posso sorrir
Não por uma escolha
Mas por um encontro
Encontrei o que sempre esteve nos meus sonhos
Agora não me interessa o que passou
Só o que é!