quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ainda não é aquela cor (azul)


E quando finalmente podia voar
Não conseguiu tirar os pés do chão
Sentiu que somente asas não eram o suficiente
Asas não saem do chão sem o devido impulso.
Ninguém é inocente até que se prove o contrário
Duvido até da minha (não) culpa escondida no arco-íris
Por que acreditar nas tuas cores
Que há muito nada dizem?
O pulso até que sinto naquela canção
Ouço o batuque, mas letra não tem.
Quero esquecer de mim mesma
E além de uma nuvem me encontrar
Mas da memória controle também não tenho
Há um grito preso numa lágrima
E nem tão cedo a chuva vem.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O coração aos olhos de uma menina

Meu coração não é pedra
Mas guarda pedaços de rocha
Que machucam e parecem nunca acabar
Às vezes pesam, parecem maiores
E quando pequenas,
Rolam até o estremecer do mar.

As águas acompanhadas do vento
Dançam para lá e para cá
Por mais que o tempo passe ligeiro
Essas ondas ainda me fazem chorar.

O céu se abriu e sorriu pra mim
Pude ver o azul e as nuvens brancas
Contrastando com a seca do ocaso
Que me deixou ver o colorido do fim
Alimentado pelas lágrimas de sol.

Verde e amarelo se confundem
Com os olhos do homem paciência
Sereno/calado beijava-me a face
Ensinou-me como faz bem olhar o céu
E quando podia me chamava de menina (danada).



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como pode um cheiro tanta lembrança trazer


Cheiro de terra molhada
Trouxe na lembrança a criança
Mal sentia o balançar forte das folhas
Corria ligeiro porta afora
Aos pulos e sorrisos
Avistava logo um poço
E lá se lambuzava
A mãe quando via, logo gritava:
- Menina, sai daí
Anda logo se enxugar
Antes que fique doente
E teu pai já disse hoje
Remédio não vai comprar.
Esse mês a colheita foi pouca
Quase não dá pra nós comer
A danada dessa chuva
Resolveu aparecer só agora.
Entre e se apronte pra jantar
Daqui a pouco Antonio chega
Cansado, vai guardar a enxada
E depois de comer vai contar
A história de Camões
Que com seu avô aprendeu.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quimera

Da aquarela mais linda, a cor
Do céu mais limpo, anil
Das nuvens mais doces, algodão
Do voo mais leve, asas
Do clima perfeito, calor
Da estação mais bela, flor
Do brilho mais intenso, sol
Do dia mais feliz, criança
Do sentimento mais puro, amor
Do lugar fantástico, quimera

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sonhos que ainda me assustam

Sonhei com um sol gigante,
Corria o céu como cometa,
Fugia de um dragão vermelho...
E eu fingindo ser heroína
Tentando cantar ao som do vento
Procurava o que é azul,
O que às vezes me falta.
Então, alguém me disse:
- É água!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Outubro


E agora
Quase a nascer
Sinto leve, vento, brisa
Às vezes chuva, tempestade...
Invade o (meu) sonho, pensamento
Vai ao longe, onde se diz fim
Talvez seja só o começo.
Do ângulo em que se vê
Pode até ser infinito.
Então, que seja...
Agora!