sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como pode um cheiro tanta lembrança trazer


Cheiro de terra molhada
Trouxe na lembrança a criança
Mal sentia o balançar forte das folhas
Corria ligeiro porta afora
Aos pulos e sorrisos
Avistava logo um poço
E lá se lambuzava
A mãe quando via, logo gritava:
- Menina, sai daí
Anda logo se enxugar
Antes que fique doente
E teu pai já disse hoje
Remédio não vai comprar.
Esse mês a colheita foi pouca
Quase não dá pra nós comer
A danada dessa chuva
Resolveu aparecer só agora.
Entre e se apronte pra jantar
Daqui a pouco Antonio chega
Cansado, vai guardar a enxada
E depois de comer vai contar
A história de Camões
Que com seu avô aprendeu.

Nenhum comentário: