quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O pequeno conto do cupom

Pouco sabia o que dizer, mas quem teve caderno de caligrafia sabia escrever muito bem.  Dos sete, fui a única a ter dois. Desenhava letras e sonhos. Talvez ali fosse o outro caminho, aquele que, não sei ao certo, ninguém trilhou.

Ele chegava sorrindo e dizia baixinho “preenche pra mim?!”. Sempre pensei que não era muito boa nisso, mas nunca ousei dizer “não”. Era quando ele me olhava nos olhos, ditava cada palavra e me fazia acreditar em tudo que fosse bom.

Nunca fomos premiados, mas, aos poucos, aproximei-me dos céus. Eu, menina que mal andava sozinha, ganhava asas pra ir a qualquer lugar.

Um comentário:

Thâmara Roque disse...

Tanta coisa bonita em tamanho p. Sonhos, sonhos, ganharemos asas para ir a qualquer lugar.