sábado, 25 de agosto de 2012

Voo


A menina passarinho parecia sempre estar feliz,
De lábios vermelhos e sorriso estampado na face.
Quase não percebia ( ou não queria) o mal ao redor,
Só queria estar ao lado de seu João de Barro
Que a fazia voar quando tudo parecia pesado
E encontrar a terra firme quando de solo precisasse.

Olhava nos olhos dele e sabia que ali era o seu lugar,
Lá via a poesia e o encaixe perfeito de seus radiantes olhos.
Quando juntos estavam, de mãos entrelaçadas,
Sentiam o pulsar dos corações sem ao menos tocá-los.
Era como se estivessem nas nuvens, vendo de perto o ocaso
Mas, às vezes, o tempo parece correr contra nós.
No instante em que tudo nos dá, pode tudo tirar.


Distraída nas suas emoções, ela não percebeu,
Mas o tempo passou e quis carregar sua meninice.
Ela bem tentou resistir, mas a astucia dele é tamanha,
Pedaços levou do quebra cabeça de seu mundo fantástico.

Obrigada a crescer, pôs os pés no chão e deu um passo por vez.
Apesar da leveza, sozinha, não era tão fácil caminhar.
Na estrada continha pedras/espinhos, além de tropeços,
Sua única companhia era o assobio do vento
Em forma de canção, dizia para não deixar de acreditar,
Quando se tem sonhos bons é possível, ainda, voar.



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