Depois de passar a
noite do dia dos namorados trancada no seu pequeno e escuro quarto, lamentando-se
e chorando por não ter ninguém pra trocar afetos, nessa data em que se comemora
a união amorosa entre casais, Aline quase não consegue levantar a tempo de
pegar o ônibus que leva à cidade vizinha onde trabalha.
Levantou-se da cama
contra a vontade, na quinta vez que ouviu o tocar do despertador. Sem querer
ver a luz do sol, não abriu a janela de seu quarto que, por ser pequeno, ainda
estava escuro. Arrumou-se como todos os dias, mas dessa vez nem seu espelho
enorme (por vaidade) quis ver, pois sabia que aquele reflexo não faria bem aos olhos.
E sem tempo para preparar o café da manhã, saiu às pressas, batendo a porta.
Procurou atalhos pelas
ruas já movimentadas e, ao chegar à avenida, o ônibus que costumava tomar já estava
de partida. Sem muito pensar, correu e sinalizou para que o simpático motorista
de olhos azuis a esperasse, enquanto os passageiros que lotavam o coletivo eram
surpreendidos por uma freada repentina. Alguns instantes se passam e
entra no ônibus a bela moça de cabelos longos e negros que, mesmo de olhar
triste, desperta a atenção de todos, em especial a do jovem de camisa social
amarela que, também a caminho do trabalho, há pouco analisava alguns papéis,
mas se perdeu em meio a tanta beleza que passava diante de seus olhos.
Sentou-se e, na
tentativa de esquecer a noite passada, Aline fitou o céu distraída. E o rapaz,
que já não conseguia voltar à leitura, olhava-a de modo apaixonado. Era a
primeira vez que se cruzavam e bem tentou disfarçar, mas não parava de
observá-la, aquilo era mais forte que ele. Não sabia quem era e muito menos
quando a encontraria novamente, mas queria registrar aquela imagem na
memória... Sem se dar conta de que ela já estava em seu coração.
Quarenta e dois
minutos de viagem e Aline chega a seu destino. Levanta, dirige-se à porta e
desce do ônibus para dar início a mais uma jornada de trabalho. Enquanto isso,
o jovem de camisa amarela segue seus passos com olhos vidrados e, ao sentir o
coração bater forte sem nem mesmo tocá-lo, teve a certeza de que era ela a moça
com quem trocaria afetos pelo resto dos seus dias, inclusive os dias 12 de
junho, aquela data que a deixou tão triste a ponto de não poder enxergar os
olhos do seu futuro.
7 comentários:
Oi Paloma!!
Obrigada pela visita no Doce Encanto :)
Flor, que texto bonito!!
Sou uma eterna romantica *-*
Beijoos
Rapha ~Doce Encanto
Palominha,
Muito bom esse texto.
Achei o romance palpável,
tendo em vista que uso o
serviço de transporte coletivo.
Adorei. Obrigado pela prazer de ler esse texto. Beijos.
Interessante, como o estado de tristeza nos leva a fecha as portas das possibilidades das quais mais precisamos. Belo texto, com enrendo bastante realista, tornando até algo de todos os dias...parábens
=)
muito bom texto! parabéns
A descrição das emoções está ótima,sente-se isso quando se lê,principalmente da “Aline” personagem principal,da pessoas que olham pra ela,e o rapaz que flerta com ela,se eu fosse um pintor faria um quadro dela com olhos tristes pois é assim que eu a imagino
Típico dos românticos, observar situações e tentar sentir/descrever as emoções... Obrigada, meu povo! ^^
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