domingo, 22 de fevereiro de 2015

Quando não está claro

Acho que tenho medo do escuro,
Uma suposição, talvez...
A dúvida me faz crer na constatação
Mas afirmar o que pouco provei
Não me parece satisfatório.

Não durmo de luzes acesas,
Tampouco uso tapa olhos
Mas conheço cada canto de minha casa,
Posso sair às carreiras de olhos fechados,
E garanto nunca cair.
Muito mais provável
Tropeços à luz do dia.

Eu tenho medo do abismo desconhecido,
Se lá eu já tivesse ido,
Tenho certeza,
Saberia onde encontrar um atalho.
Não o caminho mais curto
Mas o menos doloroso;
Saberia sentir o vento no rosto
Sem receio do que possa vir.

Não quero que me digam o que há depois do fim,
Muito menos que me entreguem alguns rabiscos cartográficos.
Eu quero seguir com minhas próprias asas,
E se encontrasse o bicho papão,
Não me custaria cativá-lo,
Quem sabe não me abrigaria no chão...
Um amigo poderia ser uma luz no fim do túnel
Ou o começo do fim.

Realmente, eu me sinto inseguro
Porém, se alguém me espera
Eu chego lá.

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