“Nada não” é tudo o que eu posso dizer
diante do que sinto, diante do que faço e diante do que eu não sei... Não sei
explicar. Meus sentimentos se misturam e confundem minha cabeça, meus
pensamentos se encaracolam bem mais que os meus próprios cachos.
De repente sinto o coração bater forte,
um arrepio que vai da ponta do dedo ao ultimo fio de cabelo. Olhar pra cima já
não me faz tão bem, a angustia invade meu peito. Não tenho mais aquela companhia
que me ensinou a contemplar o céu, está tão longe quanto as estrelas e eu tão
solitária quanto a lua, mesmo cercada de pessoas.
Alguém bem próximo a mim diz também
sentir falta, mas não como eu porque eu nada tenho a dizer, nada consigo fazer. Mas, uma coisa é certa, EU SINTO. Ninguém me entende, ninguém entende meu
silêncio. “Nada não” é o máximo que eu posso dizer agora, enquanto procuro
papel e lápis para eu mesma conseguir me entender.
A verdade é que mulher é um bicho
esquisito e querendo ser menina me atrevo a ser mais ainda, ser aquilo que nem
sei que sou. Choro, grito, brigo, esperneio, faço isso durante o ano inteiro,
entre 3 e 6 dias no mês e ainda tenho que aguentar a dor, sentimentos a flor da
pele... Nessas horas me revolto e preferia de verdade era fazer xixi em pé, caminhar
pela cidade, respirar fundo até mais tarde sem me preocupar com o que vou
sentir no mês seguinte.
Mas logo paro e penso melhor, é essa tal
sensibilidade que nos torna diferente, que me faz ver o mundo com um olhar mais
doce. Sensível e sonhadora sou, mas agora alguém torna a perguntar: “o que está
se passando nesse teu mundinho?”, reconhecendo minha confusão com as palavras e
sabendo que são raros os que me compreendem, respondo apenas “nada não”.
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