Num fim de tarde, entre o
azul e o amarelo, caminhando no campo à procura de borboletas, encontrei uma
tão rara quanto ver um anjo no céu (daqueles que só se encontra quando se
acredita!). Ela era tão colorida e brilhante que mesmo de olhos fechados
eu ainda conseguia enxergá-la, sensação tida apenas ao admirar um por do sol.
Parecia uma visita feliz,
fez meu coração abrir e deixar voar tudo o que era saudade e, por um momento,
acreditei ser de verdade a sua volta pra mim. Mas borboletas não obedecem
nossas vontades, elas vão pra onde querem e, acompanhando o sol, surgem do
outro lado do mundo, esperando alguém as admirarem com amor.
O dia vai clareando,
enquanto eu vou sonhando com o ocaso mais belo e sentindo um abraço tão
apertado que fez as nuvens transbordarem de felicidade e meus olhos encherem de
cor. De repente, tudo se misturava... Sol, nuvem, borboleta e eu, menina,
querendo abraçar tudo com meu laço, sem deixar nada escapar.
Elas saem de seus casulos,
se mostram e tomam seus rumos. Sei que era uma delas, observava o ar como
se lá fosse sua casa. Sem avisar, um dia bateu asas e até hoje não voltou. De
vez em quando me visita, assim, só em
sonho e me mostra uma aquarela psicodélica pra que eu não possa me esquecer de
querer ser como uma delas, coloridas e voadoras.
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